O RICO ESTÁ EXPULSANDO OS POBRES DOS ESTÁDIOS – VAMOS FICAR PARADOS???

1 12 2010

A seguir disponibilizo um texto extraído do blog do jornalista Cosme Rimoli (http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/), que fala sobre a segregação que cada vez mais está indo para dentro dos estádios brasileiros, e que com a Copa do Mundo no Brasil, tende a invadir de vez.

Conforme já foi postado algumas vezes por aqui, a pouco foi criada a ANT – Associação Nacional dos Torcedores, que luta justamente contra anos e anos de abuso contra o torcedor (que aliás é quem sempre sustentou o futebol) e contra esse afastamento do torcedor pobre dos estádios. A sociedade brasileira como um todo já tem tendências elitistas em todos os seus setores, mas expulsar o torcedor sem condições financeiras elevadas dos estádios, aí é covardia.

No texto Cosme se pronuncia sobre os ingressos com valores altíssimos do último jogo do Fluminense no Campeonato Brasileiro, cadê uma regulamentação para que os clubes não possam aumentar os preços na hora que eles bem entenderem??? Como vcs sabem, sou santista e já tive que pagar muito mais caro nas vezes que o Santos esteve nas finais ou semifinais. E pra completar, sempre com longas filas de espera e desorganização total, é um absurdo como todos os anos acontecem as mesmas atrocidades de abuso contra os torcedores.

No próximo fim-de-semana, na última rodada do Brasileiro, acontece o DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA A ELITIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO, no dia 5 de dezembro, domingo, os integrantes da ANT, entre eles o Projeto/Programa Bola & Arte, estarão presentes nos estádios reivindicando seus direitos. Quer fazer parte?? Se informem no sítio: torcedores.org  – VAMOS FICAR PARADOS OU VAMOS NOS MOBILIZAR PELOS NOSSOS DIREITOS?????

O texto a seguir é bem escrito e tem sentimento, leiam:

OS DIRIGENTES DESCOBRIRAM COMO EXPULSAR OS POBRES DOS ESTÁDIOS NO BRASIL. COBRANDO CADA VEZ MAIS CARO. É  A VITÓRIA DA SEGREGAÇÃO…

Por Cosme Rimoli

Há um movimento de elitização dos torcedores nos estádios brasileiros.

É algo velado.

A segregação é silenciosa.

Ninguém faz propaganda.

Os dirigentes só conversam entre eles.

Não gostam de expor a crueldade da situação.

Mas a equação é clara, explícita.

Os dirigentes querem se livrar dos pobres, das classes C e D dos estádios.

De acordo com quem comanda os clubes, são essas pessoas que brigam, levam a violência aos estádios.

E a melhor maneira de deixá-los longe, bem longe dos gramados é uma só.

Aumentar e muito o preço dos ingressos.

Tornar inviável, por exemplo, para quem ganha um ou dois salários mínimos.

Nas reformas dos estádios para a Copa ou na construção de novos não haverá os lugares mais populares.

A geral não existirá mais.

A decisão é tornar a ida para o estádio tão caro ou até mais do que ir para o teatro.

E isso vale para qualquer clube.

O que a diretoria do Fluminense fez com seus torcedores é absurdo.

Se eles quiserem torcer, apoiar na tentativa de fazer a equipe campeã terão de pagar caro.

Há ingressos no Engenhão que são 150% mais caros.

Revoltante.

Os ingressos custam R$ 60, R$ 80 e R$ 150.

Torcedores apaixonados pelo Fluminense acamparam por três dias para comprar suas entradas.

O Corinthians cobrou na área Vip do Pacaembu nada menos do que R$ 650 nesta Libertadores.

Esta tendência de aumento dos preços não vai cair.

Pelo contrário.

Só vai aumentar.

Para os dirigentes a população rica não ia aos estádios com medo da violência.

Sem os pobres, os ricos passarão a ir e gastar.

As classes A e B poderão frequentar restaurantes de luxo e pagar por poltronas confortáveis.

O proletariado, não.

A situação é triste, provoca repulsa, mas é irreversível.

Essa revolução atingirá em cheio a Copa do Mundo.

A previsão no Brasil é de que os ingressos custem cerca de R$ 500 na fase de grupos e até R$ 1.500 na final.

Previsão.

Estes preços podem ser aumentados.

Futebol no Brasil está virando programa de rico…


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Uma resposta

11 12 2010
Éder

Complicado.

Não consigo imaginar estádios lotados por playbas, apesar de os ingressos já serem bem caros. Por outro lado, não duvido que haja uma força indo na direção de espirrar o povão de lá.

O que mais me incomoda é o fato de saber que estamos indo na contramão de um país verdadeiramente igualitário e de primeiro mundo.

Enxergo três saídas utópicas para o empecilho: união das grandes massas de torcidas (inclusive entre as organizadas para um grande protesto e boicotes), leis inibidoras deste tipo de prática (o que só seria possível através do fortalecimento de bancada popular nas câmaras, ou seja, maior número de deputados da ordem trabalhista) e o aumento de salário do proletariado.

Unamo-nos!!!

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