ASSISTA AO FILME “O VENENO ESTÁ NA MESA”, DE SILVIO TENDLER, SOBRE O ABSURDO DOS AGROTÓXICOS NO BRASIL

31 07 2011

Achei no YouTube o  filme “O Veneno Está na Mesa”, de Silvio Tendler, que acabou de ser lançado… já estou assistindo e recomendo a todos!!! O filme fala sobre o absurdo dos agrotóxicos no Brasil, o quanto o governo é conivente com esse tipo de procedimento e o quanto todos nós estamos nos intoxicando (e as nossas crianças) sem ao menos saber!!

Esse tipo de material deve ser amplamente divulgado na rede, temos que utilizar a web para informar os nossos irmãos e irmãs e fortalecer o nosso fluxo de informações!!! As mensagens diferenciadas das mesmas mensagens sem conteúdo que circulam pela rede tem que ganhar força e mais força!!! Não vale a pena viver alienado!!! É melhor saber o que está acontecendo ao nosso redor e entender o que mentes maquiavélicas maquinam em vários setores, seja na mídia, futebol, medicina, economia, agricultura etc,etc, sempre a favor de pequeníssimas minorias e sempre contra a maioria!!!

O que me mais me chama a atenção é ver muitas pessoas no nosso cotidiano iludidas com o dinheiro, não somente para o sustento, mas na ganância que nos é ensinada todos os dias via mídia e vários outros meios, a loucura do consumo, as mentiras da auto-imagem. O mais louco é saber que é justamente esse dinheiro que trabalha contra nós, é a força do capital, os absurdos desse sistema capitalista caquético e impulsionado pelos mais sórdidos e deprimentes sentimentos.

Assistam e reflitam:

Parte 01:

Parte 02:

Parte 03:

Parte 04:





“O VENENO ESTÁ NA MESA”: FILME DE SILVIO TENDLER

31 07 2011

Quero muito ver esse filme. Primeiro porque Silvio Tendler é um cara que sempre vem com filmes arrebatadores, que mudam a nossa vida depois de assisti-los… ele vive a busca de mostrar ao mundo que as pessoas estão redondamente enganadas naquilo em que elas vem acreditando… Silvio tem o dom de mostrar que aqueles que dizem que tudo não passa de “teoria da conspiração” estão redondamente enganados… corporações multimilionárias dominam o mercado de diversos setores e não tem escrúpulos nem valores humanos de pensar no que podem causar a todos os seres desse planeta.

No caso, o filme fala sobre Agrotóxicos: um negócio multimilionário do qual não posso falar muito, pois não tenho conhecimento… preciso assistir ao filme e depois a gente volta a conversar… recomendo!!!

Segue post extraído do site “Brasil de Fato” (http://www.brasildefato.com.br):

Lançado com pompa no Rio, filme de Sílvio Tendler traça os graves efeitos dos agrotóxicos na saúde do povo que mais os consome, o brasileiro

28/07/2011

Leandro Uchoas

O cenário era perfeito. Como palco, o Teatro Casa Grande, no Leblon, onde se deram alguns dos momentos mais importantes da resistência à ditadura. O filme, “O Veneno Está na Mesa”, uma bela síntese do trágico efeito à agricultura brasileira do uso de agrotóxicos. Como diretor, ninguém menos do que Sílvio Tendler, autor de clássicos como “Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá”. Para completar, o auditório de 500 lugares completamente tomado por um público ávido por fazer soar, em todo o país, as denúncias acachapantes do longa. O lançamento do aguardado filme na segunda-feira (25) teve a pompa que merecia.

As imagens começam com a denúncia mais terrível. Cada brasileiro consome, em média, 5,2 litros de agrotóxicos por ano. Desde 2008, nenhum outro povo, no mundo, consome tanto veneno. Logo nos primeiros 10 minutos, de um total de 50, sucedem-se denúncias assombrosas. Duas das empresas que produzem os agrotóxicos, Monsanto e Dow, produziram o agente laranja que os Estados Unidos lançaram sobre o Vietnã, exterminando milhões de vidas. Outras duas, Basf e Bayer, foram parceiras dos nazistas na produção dos químicos para exterminar povos considerados inferiores, como os judeus. Na voz de André Trigueiro, da Rede Globo, denúncias num tom de indignação incomum ao usualmente cordial jornalista: o metamidofós, princípio ativo proibido nos Estados Unidos, na Europa, na China e em boa parte da África é utilizado livremente no Brasil, que ainda decide se vai proibi-lo.

Parte da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o filme foi produzido com dificuldade, com a ajuda de movimentos sociais, ongs e  instituições de saúde. Para alguns intelectuais, pesquisadores e lideranças, funcionou como uma denúncia desesperada, a ser propagada aos quatro ventos. A distribuição do material será feita a baixo custo. Segundo o diretor, a ideia inicial surgiu durante conversa pessoal com o escritor uruguaio Eduardo Galeano, e ganhou força em um encontro posterior com João Pedro Stedile, do MST. Bastou, em seguida, o contato com a Campanha.

O filme também traz um depoimento da senadora Kátia Abreu (DEM-TO),  presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). A parlamentar é a figura mais importante do agronegócio no Congresso Nacional. Todos os movimentos políticos da CNA, seja de estímulo ao avanço degradante e criminoso do agronegócio, ou de criminalização dos movimentos sociais,  passam por ela. Apesar de desnecessariamente longa, a exibição da fala serviu de síntese dos argumentos utilizados pela direita. Ela defende que o Brasil não se sustentaria sem o uso de agrotóxicos. Não explica, portanto, como os outros países do mundo consomem menos agrotóxico, mesmo sem contar com nossos incomparáveis recursos naturais. Nem dá pistas de como a humanidade se sustentou nos dez mil anos em que plantou e colheu sem uso de veneno.

O filme termina apontando saídas. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, estaria tomando medidas muito mais ousadas no sentido de impedir o avanço do agronegócio em seu país. E o jovem agricultor Adonai dá exemplo de luta contra as dificuldades para plantar e vender alimentos orgânicos (sem uso de agrotóxicos). Ele recusa os créditos bancários que lhe possibilitariam maior conforto, porque os bancos  praticamente exigem uso de agrotóxicos. O filme mostra como, ao longo de três anos, Adonai recuperou um tipo de milho tradicional, através de experiências com as sementes, que lhe permitiram seguir apostando no orgânico.

A mensagem do agricultor Fernando Ataliba, de Indaiatuba (SP), sintetiza, em parte, o que representa a aposta do Brasil no agronegócio, que tem persistido mesmo com diferentes grupos políticos à frente do governo federal. “O que a Revolução Verde fez foi destruir e apagar todo o acúmulo de conhecimento da agricultura tradicional ao longo de seus dez mil anos, criando um negócio totalmente novo. E essa ‘novidade’, depois de tantos anos, está demonstrando que ela não dá certo. Ela está produzindo perda da produtividade do solo, perda dos mananciais, perda da biodiversidade, contaminação do solo, das águas, das pessoas, do ar, e mudanças climáticas. O que mais nós vamos esperar acontecer para a gente perceber que esse modelo ‘novo’ não é bom?”, pergunta.

O debate que sucedeu a exibição do filme funcionou como complemento as  informações divulgadas. Os debatedores estavam tomados por uma emoção  pouco comum. A razão é simples. As denúncias que o trabalho de Tendler  trazem, apesar da notória gravidade, não encontram o espaço que merecem  no debate social. Os motivos, o próprio filme mostra. As megacorporações  por trás do agronegócio, com seu lucro astronômico – US$ 7 bilhões apenas em 2010 –, compram institutos de pesquisa, “seduzem” parlamentares através de financiamento de campanha, e calam setores da mídia. O resultado é que boa parte da população brasileira simplesmente desconhece que, todos os dias, tem venenos terríveis dentro de seu prato. A emoção de debatedores e parte do público era a de ver esses absurdos divulgados. Logo no início das falas, Tendler chorou.

“Esse mercado é concentrado, mundialmente, nas mãos de apenas 13 empresas. E seis delas controlam mais de 60% dele. A soma do patrimônio das três maiores supera o PIB da maioria dos países do mundo – apenas 70 deles não têm PIB menor” acusa Letícia Rodrigues da Silva, coordenadora do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A pesquisadora também denunciou a estratégia de judicialização utilizada pelas principais multinacionais da agroindústria. Utilizando recursos na Justiça, as empresas vão protelando as decisões, e permanecem com seu mecanismo nefasto de  monopólio do setor.

O pesquisador Alexandre Pessoa, da Fiocruz, fez um paralelo das ideias apresentadas pelo filme com a realização, no Rio de Janeiro, em 2012, da Rio+20. Ele considera que, na conferência, as megacorporações vão apresentar falsas soluções à crise ambiental, preservando o mesmo modelo de exploração massiva de recursos. Para Nívia Regina, do MST, “o filme é a maturidade de um longo processo de luta, porque critica a hegemonia do paradigma produtivista. Temos que construir uma outra hegemonia, com base na agroecologia”. Nívia terminou sua intervenção conclamando a todos para que divulguem, amplamente, o filme de Tendler.